
Jéssica Vitória Canedo, uma jovem com sonhos e lutas pessoais, teve sua vida brutalmente interrompida por uma teia de fake news. A trágica notícia de sua morte, confirmada pela família por meio do Instagram nesta sexta-feira (22), lança luz sobre os perigos corrosivos do cancelamento virtual e do ódio que atingem os jovens, levando-os a extremos impensáveis.
Antes do fatídico desfecho, Jéssica já enfrentava batalhas internas, lidando com problemas psicológicos e a esmagadora depressão. Contudo, o caos começou quando falsas conversas foram propagadas na web, associando-a a um famoso humorista, Whindersson Nunes. Ele prontamente negou a veracidade dos prints, assegurando jamais ter conhecido Jéssica, que residia em Minas Gerais. “Eu não faço ideia de quem seja essa moça e isso é um print fake”, defendeu-se.
O tumulto nas redes sociais cresceu exponencialmente após a publicação dos supostos diálogos, provocando um verdadeiro linchamento virtual. A amiga de Jéssica, consternada, confirmou a notícia de seu falecimento, denunciando a enxurrada de mensagens negativas e ataques que Jéssica sofreu após a exposição.
A maldade humana atingiu um novo patamar. O quanto mais a sociedade permitirá que a crueldade virtual arruíne vidas? A jovem tornou-se vítima do desumano jogo de cancelamento e da disseminação desenfreada de informações falsas.
Após a triste confirmação da morte de Jéssica, os perfis que haviam divulgado os diálogos fictícios foram prontamente removidos das redes sociais. Mas será que a remoção dessas fontes é suficiente para apagar a dor e a tragédia resultantes desse ato irresponsável?
É momento de reflexão e ação. Que esta perda irreparável nos ensine a colocar um fim nesse ciclo de crueldade virtual, a exercer mais compaixão e a compreender o poder destrutivo das fake news. Jéssica, assim como tantos outros, merece ser lembrada como um alerta para a necessidade urgente de mudança em nossas interações digitais.
Sid Sheldowt é Escritor, Poeta e Compositor