
EUA – Engenheiros da Universidade de Columbia desenvolveram uma tecnologia que permite aos robôs se adaptarem a danos, corrigirem falhas sem intervenção humana e aprimorarem suas habilidades de forma autônoma, tornando a mecânica mais eficiente em diversas aplicações. A compreensão mais aprofundada sobre o próprio funcionamento ocorre quando os robôs veem seus próprios movimentos, seja através de vídeos, simulações ou pelo espelho.
“Assim como os humanos aprendem a dançar ao se observarem no espelho, os robôs agora podem construir uma autoconsciência apenas com vídeos”, disse Yuhang Hu, doutorando no Creative Machines Lab da Universidade de Columbia.
Por que isso é importante?
A nova tecnologia pode trazer mais produtividade para diversos setores. Um robô doméstico, por exemplo, poderia perceber que seu braço entortou ao bater em um móvel e corrigir seu movimento sem precisar de reparo imediato. Na indústria, um braço robótico desalinhado poderia se ajustar automaticamente para continuar a produção, reduzindo o tempo de inatividade e os custos.
“Ao delegarmos funções cada vez mais críticas para robôs, seja na indústria ou na área de saúde, por exemplo, precisamos que eles sejam mais resilientes”, disse Hod Lipson, líder do projeto e professor do Departamento de Engenharia Mecânica de Columbia.
“Os humanos não podem ficar constantemente reparando e reprogramando robôs. Eles precisam aprender a se adaptar sozinhos para serem realmente úteis”, explica Lipson.
Como os robôs são treinados?
Atualmente, muitos robôs são treinados primeiro em simulações antes de operarem no mundo real. No entanto, criar simuladores precisos exige tempo e conhecimento especializado. O estudo mostrou que os robôs podem gerar seus próprios simuladores simplesmente analisando vídeos de seus movimentos.
“Essa capacidade não só reduz o trabalho de engenharia, mas também permite que o robô continue ajustando sua simulação à medida que sofre desgaste ou danos”, afirmou Hod Lipson, líder do laboratório e professor do Departamento de Engenharia Mecânica.
Os pesquisadores desenvolveram um sistema baseado em redes neurais profundas, permitindo que robôs modelassem seus corpos em 3D usando apenas vídeos gravados por câmeras em 2D. Essa técnica possibilitou que as máquinas reconhecessem mudanças na estrutura mecânica e ajustassem seus movimentos.
Como isso é possível?
A descoberta é resultado de anos de avanços no campo da automodelagem robótica. Em 2006, a equipe de Columbia criou robôs que podiam gerar simulações básicas de seus movimentos. Cerca de dez anos depois, essas simulações se tornaram mais avançadas com o uso de múltiplas câmeras. Agora, o estudo mostrou que apenas uma única câmera pode ser suficiente para criar um modelo cinemático detalhado do próprio robô.
Os pesquisadores chamam essa capacidade de “autoconsciência cinemática”, um passo fundamental para que robôs sejam capazes de prever e planejar ações futuras com maior precisão.
“Os humanos conseguem se imaginar no futuro e antecipar as consequências de seus atos antes de realizá-los. Nosso objetivo é que os robôs desenvolvam essa mesma habilidade, pois, quando conseguem se projetar no futuro, as possibilidades se tornam infinitas”, afirma Lipson.
Fonte: D24am