
A frequência escolar no Brasil aumentou entre 2000 e 2022 para crianças e adolescentes de até 17 anos, segundo dados do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira (26/2). Os maiores avanços foram observados na educação infantil, especialmente na faixa de 0 a 3 anos, onde a taxa de frequência escolar bruta passou de 9,4% para 33,9%.
O único grupo que apresentou queda na frequência escolar foi o de 18 a 24 anos, que passou de 31,3% em 2000 para 27,7% em 2022. Essa redução está ligada ao menor número de jovens ainda cursando o ensino médio ou etapas anteriores da educação.

Apesar dos avanços, o Censo mostra desigualdades regionais, principalmente nos primeiros anos de ensino. Na faixa de 0 a 3 anos, a frequência variou de 16,6% no Norte a 41,5% no Sudeste.
Entre 4 e 5 anos, os extremos foram 76,2% no Norte e 89,7% no Nordeste. A única faixa etária em que todas as regiões tiveram mais de 98% das crianças na escola foi a de 6 a 14 anos, com exceção do Norte, que registrou 96,9%.
Frequência na escola por gênero
Quando analisada a frequência escolar por gênero, os homens apresentaram vantagem apenas na faixa de 0 a 3 anos, com uma taxa de 34,2% contra 33,6% das mulheres. Nos demais grupos, as mulheres registraram índices de escolarização superiores.
Entre 6 e 14 anos, a frequência escolar feminina foi de 98,3%, enquanto a masculina ficou em 98,2%. Na faixa de 15 a 17 anos, os percentuais foram 85,5% para mulheres e 85,0% para homens.
A maior diferença ocorreu entre 18 e 24 anos, com 29,7% das mulheres ainda frequentando a escola, contra 25,7% dos homens.
Falha nas metas do Plano Nacional de Educação (PNE)
Os dados do Censo também mostram desafios para o cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE). A Meta 1 estabelece que pelo menos 50% das crianças de 0 a 3 anos estejam matriculadas, além de universalizar o atendimento na faixa de 4 a 5 anos.
No entanto, apenas 640 dos 5.570 municípios do país atingiram a meta para crianças de até 3 anos, enquanto em 325 municípios esse percentual ficou abaixo de 10%.