
Na manhã de 19 de fevereiro de 1985, uma tragédia abalou os céus sobre Bilbao, na Espanha, quando o Voo 610 da Iberia, operando com o Boeing 727-256, caiu enquanto se preparava para pousar no Aeroporto de Sondica. Com 148 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulantes, o acidente resultou em perda total, deixando uma cicatriz indelével nas colinas próximas à cidade.
O desastre ocorreu durante a fase de aproximação para o pouso na pista 30, utilizando o sistema de navegação VOR/DME e ILS. Após receber instruções da torre de controle para estabilizar a aeronave em altitudes de 2.000 e 1.500 metros, o 727 continuou a descer, eventualmente colidindo com uma torre de televisão no Monte Oiz, a cerca de 30 quilômetros a sudeste do aeroporto.
As circunstâncias que levaram ao acidente revelaram uma série de falhas. Acredita-se que o primeiro oficial estivesse conduzindo a descida, possivelmente auxiliado pelo piloto automático, enquanto o capitão monitorava a altura, realizando chamadas a cada 1.000 pés. Apesar de ter sido liberado para uma descida padrão, o primeiro oficial optou por um procedimento mais rápido. Além disso, falhas de monitoramento tanto do primeiro oficial quanto do capitão foram apontadas como contribuintes para o desfecho fatal.
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Outro ponto de preocupação foi a falta de atualização das cartas de aproximação, que não incluíam o Monte Oiz nem a antena, elementos cruciais que poderiam ter alertado a tripulação sobre o perigo iminente.
O tempo encoberto e a visibilidade reduzida contribuíram para o cenário desafiador enfrentado pela tripulação naquela fatídica manhã. Com uma névoa que limitava a visão a apenas 4 quilômetros, as condições meteorológicas adversas possivelmente complicaram ainda mais a situação.
O impacto do acidente foi devastador. O Boeing 727 teve sua asa esquerda arrancada pela força do choque, resultando em uma queda invertida na montanha, dispersando destroços ao longo da encosta. Surpreendentemente, não houve incêndio significativo nos destroços da aeronave, apenas alguns focos isolados na região do estabilizador traseiro e dos motores.
Este desastre não apenas ceifou vidas preciosas, mas também levantou questões cruciais sobre procedimentos de segurança, supervisão da tripulação e revisão de protocolos de navegação. Em memória das 148 vítimas, este trágico evento continua a ser um lembrete sombrio dos perigos enfrentados na indústria da aviação e da necessidade contínua de vigilância e aprimoramento das práticas de segurança aérea.