
O Caboclo Urbano celebra hoje o aniversário de um dos mais célebres poetas e pensadores do século XIX: Charles Pierre Baudelaire, nascido em Paris em 1821 e falecido na mesma cidade em 1867. Reconhecido como um dos precursores do simbolismo e aclamado internacionalmente como o arquiteto da tradição moderna em poesia, sua vida e obra são marcadas por uma fusão de contrastes e controvérsias.
Nascido em 9 de abril de 1821 em Paris, Baudelaire foi educado no prestigiado Colégio Real de Lyon e no Lycée Louis-le-Grand, embora tenha sido expulso deste último por se recusar a mostrar um bilhete passado por um colega. Esses primeiros anos foram apenas um prenúncio das turbulências que seguiriam.
Em 1840, sob a preocupação de seu padrasto com seu estilo de vida desregrado, Baudelaire foi enviado à Índia, uma jornada que nunca se completou. Em vez disso, ele acabou na ilha da Reunião, retornando posteriormente a Paris. Ao atingir a maioridade, herdou a fortuna de seu pai, mas mergulhou em um estilo de vida decadente, consumido por drogas e álcool ao lado de Jeanne Duval. Sua mãe, preocupada com suas finanças, levou-o à justiça em 1844, resultando em sua fortuna sendo controlada por um notário.
O ponto alto e controverso de sua carreira ocorreu em 1857, com o lançamento de “As Flores do Mal”, uma coleção de 100 poemas que foram rapidamente censurados pela justiça francesa por ultrajar a moral pública. Ainda assim, Baudelaire aceitou a sentença, pagando multas e substituindo os poemas contestados por outros. Sua busca por reconhecimento continuou, com tentativas de ingressar na Academia Francesa, embora as razões exatas permaneçam disputadas pelos estudiosos.
Seus últimos anos foram marcados por uma série de eventos trágicos, incluindo problemas de saúde mental e física. Em março de 1866, ele foi atingido por uma hemiplegia após um colapso acompanhado por alterações cerebrais. Sofrendo de sífilis, Baudelaire faleceu prematuramente em Paris, em 31 de agosto de 1867, sem realizar seu desejo de produzir uma edição final de “As Flores do Mal”. Ele foi enterrado no Cemitério de Montparnasse, ao lado de seu padrasto e mãe, deixando para trás um legado literário que transcendeu os limites de sua própria vida.