
No dia 13 de abril de 1947, nasceu em Cachoeiro de Itapemirim um dos nomes mais marcantes da música brasileira: Sérgio Moraes Sampaio. Cantor e compositor versátil, Sérgio conquistou os corações do público com sua poesia única e sua habilidade em transitar por diversos gêneros musicais, como samba, bolero, rock e blues.
A jornada de Sérgio na música começou cedo, aos 16 anos, quando trabalhava como locutor na Rádio Cachoeiro e aprendeu a tocar violão com a ajuda de amigos. Sua paixão o levou ao Rio de Janeiro, onde tentou a sorte como músico profissional após uma breve passagem pelo rádio local.
Apesar das dificuldades financeiras, Sérgio encontrou uma luz no fim do túnel ao conhecer Raul Seixas em 1970. A partir desse encontro, sua carreira ganhou impulso ao ser contratado pela gravadora CBS e participar do LP “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das dez”, ao lado de Raul, Miriam Batucada e Edy Star.
O ponto alto da carreira de Sérgio Sampaio foi sua participação no Festival Internacional da Canção do Rio de 1972, onde apresentou a icônica “Eu quero é botar meu bloco na rua”. Embora não tenha vencido o festival, a música conquistou o público e se tornou um sucesso nacional, impulsionando o lançamento de seu primeiro álbum pela Philips-Phonogram no ano seguinte.
No entanto, os constantes desentendimentos com a indústria fonográfica e seu temperamento forte dificultaram o caminho de Sérgio para o estrelato duradouro. Apesar de lançar alguns álbuns, como “Tem que acontecer” (1976) e “Sinceramente” (1982), sua carreira entrou em declínio, e ele passou a viver das apresentações no circuito alternativo.
Tragicamente, aos 47 anos, Sérgio Sampaio faleceu em decorrência de uma pancreatite, deixando para trás um legado musical inigualável. Seu último projeto, um álbum com músicas inéditas, foi concluído e lançado postumamente em 2006 por Zeca Baleiro, intitulado “Cruel”.
Apesar das dificuldades e dos altos e baixos, Sérgio Sampaio deixou sua marca na história da música brasileira como um dos grandes talentos da sua geração, cuja poesia e paixão continuam a inspirar músicos e admiradores até os dias de hoje.