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Mais de 50 toneladas de borracha nativa da Amazônia são enviadas para Salvador

Essa remessa marca o encerramento da safra de 2024 e reforça o crescimento da cadeia e a força das organizações comunitárias extrativistas do Amazonas

Mais de 50 toneladas de borracha nativa da Amazônia saíram do porto do Demétrio, localizado no bairro Educandos, Zona Sul de Manaus, com destino a Salvador, na Bahia, na tarde desta segunda-feira (10). Essa remessa marca o encerramento da safra de 2024 e reforça o crescimento da cadeia e a força das organizações comunitárias extrativistas do Amazonas.

O coordenador do projeto do Arranjo da Borracha no Memorial Chico Mendes (MCM), Jhassem Siqueira, destacou a importância de iniciativas como o projeto ‘Juntos pela Amazônia – Revitalização da Cadeia Extrativista da Borracha’, que tem contribuído para o fortalecimento da cadeia produtiva da borracha no estado.

O projeto nasceu em 2022 e vem ajudando a fortalecer a cadeia da borracha nativa, além de gerar renda de forma sustentável para diversas comunidades situadas dentro e fora das Unidades de Conservação do Amazonas.


“O impacto é todo o resgate social, cultural e econômico que essa atividade está gerando no interior. Então, é uma cadeia que estava praticamente parada e que, a partir de 2022, iniciou essa retomada. Esse processo vem acontecendo passo a passo, com o envolvimento cada vez maior de seringueiros. Nós começamos com 100 seringueiros, depois passamos para 250 e, hoje, já estamos com 500 seringueiros produzindo”, disse.


 

Aumento na produção

 

O aumento na produção tem sido significativo nos últimos anos, segundo Siqueira. Em 2022, no primeiro ano do projeto, a produção foi de mais de 60 toneladas. No ano seguinte, esse volume mais que dobrou, atingindo a marca de 130 toneladas. Agora, com essa última remessa, a safra total de 2024 ultrapassa 160 toneladas, representando um crescimento expressivo de 23,08%.

Segundo Jhassem, o estado tem uma capacidade de produção de borracha muito maior do que o total da safra de 2024. “A gente tem capacidade para mil toneladas e muito mais”, destacou.

E mesmo com o avanço, a cadeia da borracha nativa ainda enfrenta desafios, como a falta de uma usina de beneficiamento, o que encarece muito o produto, segundo Jhassem, além da dificuldade dos produtores em acessar políticas públicas.

A assistente de Projetos Sociais no Memorial Chico Mendes, Rosa Castro, afirma que a expectativa para os próximos anos é continuar expandindo a produção e buscar novos mercados. Ela destaca também a importância das políticas de incentivo para garantir a renda desses extrativistas que desejam continuar vivendo em suas comunidades, evitando o êxodo rural.


“A gente trabalha com essas organizações comunitárias para que elas se fortaleçam e permaneçam na comunidade, onde é o habitat delas, onde elas conhecem bem, onde a floresta está viva, porque uma coisa que garante a sustentabilidade é a floresta viva. A seringueira está lá. Tivemos muita decadência, mas estamos buscando retomar. É um resgate, não é fácil, estamos enfrentando um desafio enorme, mas, aos poucos, estamos conseguindo. Hoje, temos 160 toneladas indo para a Bahia para depois voltar para cá”, destacou.


A carga de borracha que saiu nesta segunda-feira de Manaus para Salvador seguirá para uma fábrica de processamento na Bahia. Depois de ser beneficiada, essa carga retornará para Manaus para a produção de pneus.

Dessa carga, quatro toneladas são da Associação dos Produtores, Criadores e Extrativistas do Amazonas (Apocria), de Itacoatiara, a 270 km da capital; mais de 18 toneladas são da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas do Município de Pauini (Atramp), situada a 926 km de Manaus; e 30 toneladas pertencem à Associação dos Produtores Agroextrativistas de Canutama (Aspac), distante 614 km da capital.

Essas associações, juntamente com outras de Eirunepé, Novo Airão e Manicoré, fazem parte do projeto Juntos pela Amazônia – Revitalização da Cadeia Extrativista da Borracha. No total, 13 associações integram a iniciativa coordenada pelo WWF-Brasil, em parceria com o Memorial Chico Mendes (MCM), o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), WWF-França, Michelin, Fundação Michelin, Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) e Conexsus.

 

Com informações: A Crítica

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