
O Mercado de Origem da Amazônia, situado na Rua Tamandaré, 22, Centro de Manaus, será palco para um evento marcante na cena cultural da cidade: o lançamento da exposição “Picassianas Divas de Itamaracá”, do artista Jandr Reis, com abertura para convidados nesta quarta-feira (12), às 19h. A apresentação da mostra ao público acontece a partir do dia 13, no horário das 8h às 17h todos os dias, no mesmo local, até o dia 27 de março.
A exposição, que busca dar voz às trabalhadoras do sexo da rua Itamaracá, é inspirada na obra “Les Demoiselles d’Avignon”, de Pablo Picasso. Com 26 obras em grandes formatos, ela é resultado de um trabalho intenso de três meses e representa um novo desafio para o artista.
Jandr Reis busca, com essa exposição, sensibilizar o público para a realidade dessas mulheres, mostrando que elas não são apenas figuras invisíveis, mas sim seres humanos com direitos e dignidade. A mostra é um convite para refletir sobre a sociedade e como elas são tratadas.
Obras
Neste projeto, Jandr produziu um total de 26 obras em grandes formatos.
“Embora eu tenha explorado o tema ‘As Picassianas’ ao longo dos últimos 20 anos, esta é a primeira vez que me lanço em formatos maiores, utilizando acrílica sobre tela. Isso representa um trabalho inédito e desafiador para mim. O processo de produção das obras levou cerca de três meses, finalizando as peças específicas para esta exposição”, destaca o artista.
O nascimento de uma ideia
A trajetória de Jandr Reis com as “Picassianas” começou após ele conhecer a obra “Les Demoiselles d’Avignon” de Picasso. O artista traçou um paralelo entre a rua D’Avignon, em Barcelona, e a rua Itamaracá, em Manaus, ambas marcadas pela presença de prostituição. Isso o inspirou a explorar as histórias das mulheres e homens que se prostituem na capital amazonense.
Reis acredita que a arte deve atuar como um meio de visibilidade para questões sociais diversas.
“Usar minha obra para humanizar e discutir as realidades dessas mulheres – que sempre foram marginalizadas – é essencial. Quero mostrar que elas não são figuras anônimas e invisíveis; são mulheres de carne e osso que vivem realidades complexas. Elas não estão nesta situação por acaso; muitas têm suas histórias entrelaçadas com questões sociais que as afastaram de outras possibilidades de vida”, diz ele.
Retratando a complexidade
O artista aborda a sensibilidade e complexidade das histórias das trabalhadoras do sexo em sua obra, destacando a solidão, desafios e vulnerabilidade, mas também os sonhos, projetos e força dessas mulheres.
“A vida das trabalhadoras do sexo é marcada por desafios profundos. Cada uma delas carrega uma solidão e enfrenta a realidade da venda de seu próprio corpo, com histórias particulares que incluem desigualdade, falta de oportunidades e, em muitos casos, escolhas pessoais difíceis”.
“Quero que minha obra transmita a complexidade de suas vidas – ao retratá-las, busco evidenciar não apenas a vulnerabilidade, mas também os sonhos, projetos inacabados e famílias que dependem desse ofício. Os corpos nus e os abraços em minha pintura simbolizam tanto a fragilidade quanto a força dessas mulheres”, acrescenta.
Após a exposição, está planejado que as obras sejam exibidas no Palacete Provincial, com previsão para o final do segundo semestre de 2025. “Entretanto, estamos abertos a novas oportunidades e convites que possam surgir, o que nos permitirá levar nossa proposta artística para outros locais e expandir o alcance de nosso trabalho”, conclui Jandr.
Serviço
- O quê: Exposição “Picassianas – Divas de Itamaracá.”.
- Onde: Booth Line Mercado de Origem da Amazônia (Rua Tamandaré, 22 – Centro, Manaus).
- Quando: 12 de março.
- Horário: 19h.