Os amantes da sétima arte, que valorizam a relação entre natureza, cultura e comunidade, têm um compromisso marcado, neste sábado (19), com a primeira edição da “Ecoa – Mostra Socioambiental de Cinema de Manaus”. Idealizado pela produtora duplofilme e associação sem fins lucrativos OCA Amazônia, o evento ocorre, das 16h às 20h, com sessões de classificação livre, no Cine Carmen Miranda (Rua do Congresso, nº 10, Centro de Manaus). O acesso é gratuito.
Ao todo, 15 filmes de não-ficção, de todo o Brasil, serão exibidos. As produções foram selecionadas de um extensa lista de 100 longas, médias e curtas-metragens inscritos.
“Estávamos aceitando filmes que apresentam narrativas de não-ficção [documentários, filmes ensaísticos e filmes experimentais] que evocam discussões relevantes para a pauta socioambiental contemporânea, tais quais povos tradicionais e conhecimentos ancestrais, identidades amazônidas, produção de alimentos, políticas públicas e projetos socioambientais, movimentos sociais de resistência, organizações socioambientais/de base comunitária, mobilidade urbana, lixo e reciclagem, geologia, arqueologia, fauna e flora amazônica”, listou o produtor e roteirista na duplofilme Henrique Amud.
Conforme o produtor, a curadoria foi feita pela artista plástica Mayara Jansen; os produtores culturais Cláudia Aleixo e Álex Jansen; as gestoras de projetos socioambientais e arquitetas Shalimar Lima, Lorena Jezini e Aline Salignac (sócias na Oca Amazônia); e o cineasta Ricardo Manjaro; o produtor cultural Álex Jansen, além do próprio Amud.
“Esse grupo diverso de profissionais nos ajudou a ter uma visão artística, social e ambiental muito apurada para selecionar filmes que fossem não só relevantes nacionalmente, mas que também dialogassem com o público amazonense”, completou.
A exibição contará com um longa inédito em festivais (“Como matar um rio”, do realizador rondoniense Chicão Santos) e mais 14 curtas: “Minha câmera é minha flecha”, da realizadora parintinense Natália Tupi; “Insalubre”, do realizador manauara Juan Lopes; “Momat”, dos realizadores amazonenses Jeane Morep’ei e Daniel Tavares; “Cotidiano Seis Por Um”, do artista visual manauara André Cavalcante Pereira; “Uity (Mãe)”, da realizadora paulista Renata Padovan; “Cata”, do diretor maranhense Lucas Sá; “Nossa Querida Jabebiracica”, do diretor carioca Elder Gomes Barbosa; e “Mercado de Histórias”, da realizadora acreana Alcinethe Damasceno, entre outros.
Amud conta que, inicialmente, a mostra exibiria somente seis curtas e um longa, mas que receberam tantos filmes incríveis e aumentaram a programação – com apoio total do Cine Carmem Miranda.
“Tivemos um trabalho árduo e extremamente recompensador de assistir a 110 filmes que nos dão visões muito lúcidas, necessárias e reveladoras sobre diferentes aspectos de um país em constante contradição, que ainda precisa se conhecer melhor e mais profundamente, de uma maneira geral. E acreditamos que o cinema é uma das melhores ferramentas que dispomos para revelar ao brasileiro uma infinidade de outros ‘Brasis’ que nem sempre ganham projeção na mídia”, frisou o produtor da duplo filme.
Objetivo
Segundo Henrique Amud, a “Ecoa – Mostra Socioambiental de Cinema de Manaus” sempre teve o intuito de apresentar filmes de todos os eixos temáticos que fossem possíveis, visto que o cinema brasileiro e os filmes que receberam têm muito a dizer.
“Mas para nós, nesse momento, as mensagens mais importantes [e são aquelas que o público verá na nossa mostra] dizem respeito à força da nossa identidade amazônica, à emergência climática em que vivemos e que nos afetam de forma cada vez mais desmesurada e a força da comunicação como uma ferramenta de resistência dos povos tradicionais e originários, assim como a importância e a potência da ancestralidade indígena em todo o território brasileiro, não só para aprendermos mais sobre suas culturas, mas também para trazer seus ensinamentos para o nosso dia a dia”, frisou.
Ele afirma que, a partir da perspectiva da OCA Amazônia, buscam utilizar o cinema não apenas como um meio de transmitir mensagens, mas como uma ponte entre territórios e vivências.
“A mostra tem como objetivo criar um espaço de conexão, onde o público possa se envolver, por meio dos filmes e debates, com outras realidades e com pessoas que utilizam a comunicação e a produção audiovisual como ferramentas de luta. Esperamos que essa troca inspire e encoraje novos olhares e produções comprometidas com suas causas, ampliando as vozes locais, fortalecendo redes de resistência e contribuindo para a construção de narrativas mais plurais, potentes e transformadoras”, finalizou.






