
Nesta década em que celebramos e lembramos a história e legado de um dos ícones da música brasileira, Reginaldo Rossi, conhecido como o “Rei do Brega”, revisitamos sua vida, obra e influência marcante na cultura musical do país. Hoje, exatamente 10 anos após sua partida, sua presença ainda ecoa nos corações dos fãs e na cena musical brasileira.
Nascido em 14 de fevereiro de 1943, em Recife, capital de Pernambuco, Rossi trilhou um caminho singular que começou na engenharia civil e no ensino de física e matemática, mas rapidamente se encaminhou para os palcos, impulsionado pelas influências de Elvis Presley e dos Beatles.
Sua trajetória artística teve início nos anos 60, com incursões no rock ao liderar o grupo The Silver Jets e integrar a Jovem Guarda, abrindo shows para ninguém menos que Roberto Carlos. Seus primeiros álbuns, como “O Pão”, “Festa dos Pães” e “O Quente”, refletiam o fervor do rock da época.
Foi nos anos 70 que Rossi se destacou no gênero brega-romântico, afastando-se do rock para abraçar um estilo que o consagraria. Hits como “Mon Amour, Meu Bem, Ma Femme”, “Desterro” e “Pedaço De Mau Caminho” marcaram sua ascensão.
A década de 80 trouxe-lhe o merecido reconhecimento nacional. Álbuns como “A Volta” renderam sucessos como “Volta”, “Amor, Amor, Amor” e “Recife”, rendendo-lhe seu primeiro disco de ouro. No entanto, foi em 1987 que alcançou um dos ápices de sua carreira com “Garçom”, vendendo mais de dois milhões de cópias.
O brilho de Rossi se estendeu pelos anos 90, com álbuns memoráveis como “Reginaldo Rossi ao Vivo” e “Reginaldo Rossi the King”, este último contando com a colaboração de renomados artistas como Wanderléa, Erasmo Carlos e Roberta Miranda.
Seu ressurgimento no sul do país na década de 90 levou à reedição de seus discos em CD, tornando-o uma figura cult, firmando contrato com a gravadora Sony. Em 2010, seu último álbum, “Cabaret do Rossi”, revisitou seus maiores sucessos, reafirmando seu estilo inconfundível.
Fora dos palcos, Rossi também explorou a política, concorrendo a vereador e deputado estadual, ainda que sem sucesso nas eleições.
A triste notícia de sua saúde fragilizada veio em dezembro de 2013, quando foi diagnosticado com câncer de pulmão. Sua partida, no dia 20 do mesmo mês, aos 70 anos, deixou uma lacuna no mundo da música brasileira. Seu corpo repousa ao som de “Recife, Minha Cidade”, uma ode à sua terra natal.
O legado de Rossi foi eternizado não apenas em sua música, mas também em sua história de vida e na forma como cativou multidões com sua autenticidade e talento. O amor dos fãs permanece forte mesmo após uma década de sua ausência, reafirmando que o Rei do Brega vive eternamente em suas canções e nos corações daqueles que o admiram.
E a história não termina aqui. Sua viúva, Celeide Neves, também nos deixou em agosto de 2014, reafirmando o elo indissolúvel que os unia, deixando um legado de amor e devoção à música.
Assim, neste décimo aniversário de sua partida, celebramos não apenas a memória de Reginaldo Rossi, mas também o impacto duradouro que ele teve e continua a ter na música e na cultura brasileira. Um verdadeiro Rei do Brega, cujo reinado perdura através das gerações.
