
Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo (Manaus, 23 de fevereiro de 1928 — Manaus, 19 de julho de 2009) foi um ícone da política brasileira, navegando habilmente pelos mares turbulentos do cenário político nacional. Seu nome está entrelaçado com a história do Amazonas, onde exerceu cargos de grande relevância, deixando um legado marcante.
Filho de Thomé de Medeiros Raposo e Balbina Mestrinho de Medeiros Raposo, Mestrinho iniciou sua carreira como industrial e auditor fiscal, mas seu destino o levou para a esfera política. Em 1956, assumiu a prefeitura de Manaus durante o governo de Plínio Coelho, além de acumular a função de Secretário de Economia e Finanças.
Sua ascensão política foi notável. Eleito governador do Amazonas em 1958, Mestrinho enfrentou desafios significativos, inclusive a cassação de seu mandato em 1964, decorrente do Ato Institucional Número Um, que marcou os primeiros expurgos ditados pelos militares.
Resiliência e Retorno: O Legado de Mestrinho
Após um período fora do cenário político, Mestrinho retornou com força, integrando-se ao PMDB após o fim do bipartidarismo em 1979. Sua passagem pelo partido foi marcada por vitórias e derrotas, mas sempre demonstrou resiliência e determinação.
Em 1982, foi eleito para seu segundo mandato como governador do Amazonas, destacando-se por sua administração e influência política, que se estendeu além das fronteiras do estado. Sua atuação permitiu a ascensão de outros líderes políticos, como Manoel Ribeiro e Amazonino Mendes.
A trajetória de Gilberto Mestrinho foi marcada por conquistas e desafios. Sua dedicação à política e ao povo do Amazonas rendeu-lhe reconhecimento e honrarias, incluindo sua nomeação como Grande-Oficial especial da Ordem do Mérito Militar em 1993.
Mesmo após sua morte em 2009, seu legado perdura. Recentemente, foi homenageado pela Câmara Municipal de Manaus pelos serviços prestados à cidade e ao estado. Sua influência política e sua capacidade de navegar pelos intricados caminhos da política brasileira o tornam uma figura inesquecível na história do Amazonas e do Brasil.
Gilberto Mestrinho pode ter partido, mas seu espírito navegante e sua dedicação à causa pública permanecem como um farol para as gerações futuras. Seu nome será sempre lembrado como o “Boto Navegador” que guiou o destino político do Amazonas com habilidade e determinação.