
Ziraldo Alves Pinto, cartunista, ilustrador, escritor e jornalista, morreu na tarde deste sábado (6,) enquanto dormia em sua residência, no Río de Janeiro, por volta das 15:00. A notícia foi confirmada pela família.
Ziraldo tinha 91 anos, completados em outubro , e enfrentava problemas de saúde desde 2018, após ter sofrido um AVC.
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O legado
Ziraldo é um dos maiores escritores infanto juvenis do Brasil e do Mundo, tendo entre suas principais obras “A Turma do Pererê” (publicada inicialmente em 1959 como tirinha no jornal mineiro O Cruzeiro), “Flicts” (1969) e “O Menino Maluquinho” (1980).
“Querido” pelos golpistas
Como escritor para o mundo adulto e jornalista, fez parte da redação de O Pasquim, anárquica publicação independente semanal iniciada em junho de 1969.
Na redação aínda estavam Millôr Fernandes e Jaguar, entre outros, que faziam resistência ao regime ditatorial imposto pelos militares no GOLPE DE ESTADO de 1964.
Ziraldo amargou dissabores com o governo militarizado pelo GOLPE DE ESTADO e que nada entendia de arte por conta das edições satíricas d’O Pasquim. A redação, com exceção de Millôr, chegou a ser presa diversas vezes e a sede do jornal foi empastelada e depredada pelos agentes repressores do Estado.
Mas Ziraldo já conhecia a censura antes de se tornar redator e editor d’O Pasquim. “A Turma do Pererê” que é reconhecida como a primeira revista de histórias em quadrinhos 100% brasileira, chegou a ser brecada e retirada de circulação em 1964, por ser considerada “ideologicamente ameaçadora à democracia” pelo REGIME MILITAR BURRO E TRUCULENTO QUE NADA ENTENDE DE CULTURA E ARTE.
Aos trancos e barrancos, Ziraldo seguiu com O Pasquim até 1991. Enquanto isso, suas obras infanto juvenis eram publicadas em diversas línguas e ganhavam novas edições no Brasil da era digital.
O portal Caboclo Urbano lamenta profundamente a partida de Ziraldo Alves Pinto.